top of page

Segura Minhas Emoções!

  • Foto do escritor: Diogo Ezequiel Peroni
    Diogo Ezequiel Peroni
  • 13 de abr.
  • 3 min de leitura

Atualizado: 22 de abr.

(parte 1)


Porque o corpo sente o que você não diz

Já ouviu aquela frase:

"O que segura minhas emoções é o código penal"?

Parece piada (e é), mas traz uma verdade: desde cedo aprendemos a conter o que sentimos para sermos aceites, convivermos em sociedade e não “exagerarmos”.


Mas e quando a contenção vira regra?

Quando a emoção deixa de ter canal de expressão?

É aí que o corpo entra em cena.



Emoção é física. Literalmente.

Psicóloga Online

Emoções não são ideias abstratas, mas reações orgânicas, físicas, químicas e neurológicas.


Quando você sente medo, por exemplo, seu corpo se prepara para a fuga: o coração acelera, a respiração encurta, o sangue corre para as pernas, os músculos se contraem, as pupilas dilatam. Tudo isso acontece em segundos, antes mesmo de você "pensar" sobre o medo. Já a raiva leva o sangue para as mãos, tensiona ombros e mandíbula. A tristeza encurta a respiração, muda a postura, desacelera o corpo. O amor relaxa, aquece, dilata.


Seu corpo sente antes de você saber o que está sentindo. E, se essas sensações não encontram uma via de expressão, elas se acumulam, se fixam e, aos poucos, se tornam padrões corporais crônicos.


O corpo guarda o que a mente não dá conta

Essa frase resume um princípio importante da psicologia corporal: o corpo registra tudo o que a mente não consegue processar. E ele não só registra — ele fala. Dor de cabeça, estômago fechado, tensão nos ombros, insônia, cansaço excessivo, falta de ar, crises de ansiedade... muitas vezes são formas do corpo gritar o que a pessoa silencia.


O nome técnico pra isso não é “frescura” (rs), é psicossomatização.


O corpo não é apenas um veículo da mente. Ele é parte essencial da construção de quem você é. Em outras palavras: a emoção que você reprime, o corpo expressa — de algum jeito.




Mas é pra sair chutando tudo por aí?

Claro que não. Sentir raiva não significa gritar com colegas. Sentir tristeza não significa cair no chão chorando no meio do metrô. A questão não é “sentir e agir”, mas sim sentir e reconhecer. Dar nome ao que acontece dentro de você. Abrir espaço para escutar o corpo.


Essa escuta é o início da inteligência emocional.





Inteligência emocional: bem mais do que “não surtar”

Terapia Online Conforto

O termo ficou popular nos em 1995 com Daniel Goleman (embora já tivesse sido cunhado em 1990 por Peter Salovey e John Mayer) e, de lá pra cá, virou sinônimo de “controle emocional” — o que é uma redução perigosa.


Inteligência emocional não é conter ou evitar emoções.É reconhecer o que se passa dentro de si, compreender o que se passa com o outro, e expressar isso de forma adequada. Segundo Mayer e Salovey (criadores do conceito), envolve:


  • Identificar emoções em si, no outro, em situações ou até em objetos;

  • Saber expressar essas emoções e as necessidades associadas;

  • Avaliar a autenticidade de uma emoção: distinguir o que é verdadeiro, falso, manipulado.


Ou seja, vai muito além do “não explodir” — envolve empatia, consciência, autorresponsabilidade e presença.


E é aí que entra o corpo novamente. Porque só conseguimos perceber e nomear emoções quando aprendemos a ouvi-las onde elas nascem: no corpo.


_________________________________________________________


No próximo texto...

Vou falar mais sobre como as emoções ficam presas no corpo e como expressar o que se sente de maneira mais livre, autêntica e saudável.


Recomendo a leitura do meu outro texto As Couraças que Vestimos: Entenda as Armaduras do Corpo e da Mente, para maior compreensão do próximo texto.

_________________________________________________________


E se, ao invés de segurar tanto, você começasse a escutar o que suas emoções querem te dizer?

Vamos conversar?



_________________________________________________________


Quer se aprofundar?


Alguns textos e autores que me ajudaram a pensar e podem expandir sua visão sobre o tema:


Leituras que consultei para este texto:


Outros autores que ampliam essa discussão:

  • Daniel Goleman – Inteligência Emocional

  • Wilhelm Reich – A Função do Orgasmo

  • Alexander Lowen – Bioenergética

  • Mayer & Salovey – Emotional Intelligence (1990)








bottom of page